A morte do congolês Moïse Mugenyi Kabagambe chocou o Brasil por sua crueldade, brutalidade e pelo motivo banal. Moïse trabalhava em um quiosque na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio Janeiro, e foi assassinado por cobrar aquilo que é direito de qualquer trabalhador, o pagamento do salário.
Sabemos que a realidade do nosso país pode explicar esse crime covarde. A xenofobia, caracterizada pelo desprezo ao estrangeiro, especialmente àqueles que veem para o Brasil em busca de trabalho e emprego, como foi o caso do Moïse e o racismo estrutural, outro fator que contribuiu para este crime, afinal, Moïse era um jovem negro, que juntamente com sua família, deixou o Congo na esperança de uma vida melhor e mais oportunidades. Segundo o Atlas da Violência 2021, a chance de uma pessoa negra ser assassinada no Brasil é 2,6 vezes superior àquela de uma pessoa não negra. A taxa de homicídios por 100 mil habitantes negros no Brasil em 2019 foi de 29,2, enquanto a da soma dos amarelos, brancos e indígenas foi de 11,2. Em outras palavras, em 2019, a taxa de violência letal contra pessoas negras foi 162% maior que entre não negras. Da mesma forma, as mulheres negras representaram 66% do total de mulheres assassinadas no Brasil.
Infelizmente o Brasil é governado por pessoas sem apreço à vida e aos direitos humanos. Em 2018, Bolsonaro demonstrou o seu racismo contra os afrodescendentes: “Eu fui num quilombo. O afrodescendente mais leve lá pesava sete arrobas. Não fazem nada. Eu acho que nem para procriador ele serve mais.”
Cabe ao povo brasileiro não ser conivente com o racismo e xenofobia e o papel de todos é lutar para que a morte de Moïse não saia impune. O SINTTEL-MG clama por justiça! Moïse é mais um jovem negro morto covardemente. Queremos um país livre do racismo e da xenofobia!